A relação mais duradoura que tive é com a minha profissão, o que é uma chatice para tudo o que está fora desta zona de conforto. Chamo-lhe zona de conforto porque além de já levar uns aninhos disto, não me consigo imaginar longe da ideia de praticar o bem, e com isto quero dizer, praticar o marketing.
É que acredito piamente que é possível praticar o bem (ou o mal) através das marcas, pois são das coisas que mais nos influenciam (estejamos onde estivermos).
Na verdade acho que sempre vivi e quis viver a vida como um romance e por isto esta ideia de trabalhar praticando o bem soa-me mesmo bem, independentemente do lado comercial da profissão. Lembro-me inclusive que, quando miúda, li uma frase num livro, era qualquer coisa como “eu preciso de te amar, para conseguir amar os outros” e tenho-a trazido comigo, de bolso para bolso, de ano para ano.
Neste continuar, percebi que a frase se estende para tudo o resto: nós precisamos de gostar do que fazemos, do que somos, do que temos, para gostar dos outros. E foi com a ideia de estar a fazer o bem para alguém ou para muitos, que eu aprendi a gostar de marketing. Dai esta relação duradoura e aparentemente sólida, pois fiz ao marketing o que nós não podemos fazer a uma pessoa – uso-o a meu bom proveito e sem culpas, porque preciso dele para sentir que estou a fazer o certo. Mesmo que isso signifique trabalhar mais, mesmo que isso signifique descansar menos.