É preciso saber partilhar uma ideia. E para isso é preciso saber em primeiro lugar com quem partilhá-la. Se por ventura tivermos o azar ou a inocência de a explicar a alguém excessivamente diferente de nós, é meio caminho andado para uma boa ideia simplesmente morrer antes de existir.
Importa por isso ter em atenção de que não podemos depositar no outro demasiada fé no que respeita a uma ideia que não é dele. Aliás, só o facto da ideia não ser dele, já por si cria alguma interferência – afinal ninguém vibra muito com as ideias dos outros (a não ser que ele lucre também com…).
Depois importa também saber que mesmo que tenhas aquela pessoa em boa conta ou que até seja aquela pessoa com quem te identificas mais, nem sempre é possível para essa pessoa compreender as tuas ideias. E que deixares que uma ideia tua fique presa à liberdade de opinião do outro é a pior coisa que podes fazer-te a nível criativo.
Por fim, também tens de ter noção de que nem sempre tens razão. E que também deves dar o braço a torcer, mas só, só se, só quando, só mesmo depois de explicares todos, todos, todos os teus argumentos, porquês, motivos, razões, objetivos e afins. E enquanto a expões, reflete sobre ela.
Porque ela pode depois disto tudo continuar a ser uma má ideia para o outro. Mas para ti, tornar-se-á suficientemente válida para te dar a segurança de que não é porque o outro te diz não, que tu não deves dizer mas…