ou colocado de outra forma: quem tu és versus o que tu sabes. Serão sempre as pessoas com mais experiência e competência, as que interessam?
Há cerca de um mês tive uma conversa muito interessante com pessoas da área da comunicação, com as quais me identifico pois percebi que estava a falar com gente que percebe de gente e que por conseguinte sabe como gerir marcas. Nessa conversa, a dada altura ouvi: “o mais importante é mesmo a personalidade” e ontem, numa das minhas leituras, relembrei a frase quando lia sobre o processo de recrutamento de hospedeiras para uma companhia área nos estados unidos e que exemplificava porque razão aquela companhia era distinta das demais.
Pois o exemplo que davam do processo de recrutamento é verdadeiramente simples. 10 pessoas numa sala comum, onde lhes é proposto resolver um jogo que todos conhecemos: “o mundo está prestes a terminar, precisas de salvar 10 pessoas, cada uma delas com profissões especificas e personalidades distintas. quais salvas?”. Após explicação do jogo, o grupo tinha x tempo e no final um porta-voz tinha de apresentar quem tinham salvo e porquê. Neste instante, e noutra sala, os recrutadores (sem o grupo saber) ouviam e viam ao vivo como é que o grupo lidava com o desafio. Porquê?
Pois que estes tipos não estavam interessados em quem o grupo escolhia, nem nas suas razões, mas sim na forma como cada um, naquela sala, lidava com o desafio: – quem assumia a posição de líder? quem mantinha a calma? quem se tornava mais agressivo? quem se mantinha no silêncio? quem se fazia ouvir? quem sabia escutar? Quem tentava manter consenso e união? Quem gerava mais simpatia no grupo? Quem se achava mais inteligente? Quem ignorava as ideias dos outros? Estas e tantas mais perguntas, eram verdadeiramente as que faziam sentido aos recrutadores. E eram estas respostas sobre o comportamento, que lhe iam indicar quem faria sentido entrar na companhia. A eles não lhe interessava o resultado do desafio, nem quem era o porta-voz. O processo de recrutamento destes era todo sobre a personalidade de quem estava na sala. Porque eles acreditam que o que distingue verdadeiramente as empresas, não são as suas ideias, as suas metas, os prémios, as conquistas, os preços, a oferta, a quota de mercado, mas sim a personalidade dos seus colaboradores. É com isto que eles jogam. É com isto que eles se diferenciam.
E eu acredito muito nisto. A personalidade e a atitude são mesmo mais importantes que as aptidões e as competências. Porque quando se trabalha tudo se contrói, tudo se consegue e tudo se aprende, às vezes mais rápido outras vezes mais devagar, mas já a personalidade de quem está ao nosso lado, essa nunca conseguimos alterar em ambiente de trabalho por mais que tentemos.