Desde a pandemia COVID-19, temos vindo a assistir a um admirável mundo novo de webinars, masterclass, workshops, live-session, livetalks, etc.
Chamo-lhe ginásios, porque além de ambos proliferarem nas inscrições, também o número de praticantes/participantes se assemelha em igual medida à taxa de ocupação dos ginásios, ou seja, abaixo do esperado.
No entanto, se para os ginásios, aparentemente não é assim tão importante que as máquinas estejam ocupadas (alguns até poderão achar benéfico – afinal fica sempre espaço para mais um cliente), para os Webinars & Co, o caso muda de figura.
O esforço que é feito para que um Webinar se realize (desde a comunicação até à concretização) – se ambas as ações forem bem feito, claro – deve ser medido e justificável em primeiro, pelo número de participantes (nunca só n.º inscritos) e em segundo, com verdadeira importância, pelo objetivo concreto que se pretende atingir com o mesmo.
Portanto, fica claro que, neste ponto de vista, a comparação entre Webinars e Ginásio já não se aplica ou…talvez até se aplique se nos debruçamos melhor sobre isto?
Voltemos um pouco atrás então. Pensemos em conjunto sobre a ideia que expus de “até pode ser benéfico que as máquinas estejam desocupadas”, fazendo-vos a pergunta:
O que é mais importante: Ter clientes fiéis ao ginásio e que ao irem com frequência, ocupem as máquinas; Ou andar sempre à procura de novos clientes porque os que existem não têm a rotina de ir e, por conseguinte, mais dia menos dia, deixarão de subscrever o serviço?
Creio que a resposta é só uma: Os clientes frequentes e assíduos são os melhores. Mas como fazer com que isso aconteça?
Para respondermos a isto, voltemos agora novamente aos Webinars e à massificação da ideia de que estes “é que estão a dar” e, sejamos newbies ou prós no assunto, parecem ser hoje um ponto assente na estratégia das empresas.
Ou, melhor dizendo, tornaram-se só um ponto assente? Que tal como os ginásios, convidam-nos a ir, nós inscrevemo-nos, mas depois pensar em Como nos reter? Como nos conduzir? Como nos seduzir?, “já é estratégia a mais para o tempo que não tenho”.
A FitBod, aplicação de sucesso no meio dos apaixonados por ginásios, teve o tempo necessário para perceber que mais importante que levar a pessoa até ao ginásio é guiá-la diariamente nos seus exercícios, seja em que ginásio for. Este tempo ( que a maioria das empresas não quer ter) levou a que dois amigos se tornassem em 2017, verdadeiros empresários de sucesso.
E isto porquê?
Porque entenderam que, para uma pessoa normal e sem muito conhecimento de fitness e etc, o problema não era não irem ao ginásio (aquele ginásio típico de self service) mas sim, o momento em que chegam lá (mesmo depois da consulta inicial de rotina), e não sabem onde, nem como começar, nem que objetivos atingir.
Para resolverem este problema, criaram uma app que dá ao utilizador “A Fitness plan that fits you“, que cria um treino personalizado para cada utilizador, onde o algoritmo da app estuda e avalia a capacidade de treino e força do primeiro e relaciona-os com o equipamento disponível no ginásio onde esse se encontra. Com esta aplicação, o utilizador deixa assim de sentir o vazio, sabendo exatamente o que fazer e o que atingir de cada vez que vai ao ginásio.
O mesmo se passa com os Webinars. Fazer um webinar é ótimo. Ter um tema quente é espetacular. Mas se não existir uma estratégia criada para o guiar na próxima customer journey, até que ponto valem 200 participantes se nenhum deles tirar aplicação real do mesmo?