Ser singular é ser muitos, tantos, todos, e ainda assim, ser-se distinto.

Deve a sua marca ficar fechada à sua própria personalidade para ser singular?
Ou tornar-se-á mais singular aos olhos dos outros, se estes a olharem como um par igual?
Será a “personalidade adoptiva” a solução?
Talvez  Edgar Morin possa ter a resposta neste seu texto, ainda que o tenha escrito num contexto completamente diferente:

“Quem sou eu? A minha singularidade dissolve-se quando a examino e, por fim, fico convencido de que a minha singularidade vem de uma ausência de singularidade. Tenho mesmo em mim algo de mimético que me impele a ser como os outros. Em Itália sinto-me italiano e gostaria que os italianos me sentissem como participante na sua italianidade. Outro dia, ao falar a um auditório da Champanha senti-me champanhizado. Ah sim, gostaria de ser como eles. Adoro ser integrado e, contudo, não sou inteiramente de uns e dos outros. Poderia ser de todo o lado, mas nem por isso me sinto de alguma parte, estou enraizado assim.
Não é o exercício de um talento singular nem a posse de uma admirável verdade que me distinguem. Se me distingo é pelo uso não inibido ou cristalizado de uma máquina cerebral comum e pela minha preocupação permanente em obedecer às regras primeiras desta máquina cognitiva: ligar todo o conhecimento separado, contextualizá-lo, situar todas as verdades parciais no conjunto de que fazem parte.” Edgar Morin

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