EDP e Manoel de Oliveira

Recentemente a EDP estreou o filme publicitário “Um século de Energia”, realizado por Manoel de Oliveira que, como sabemos, nos deixou este ano.

O filme dura 15 minutos. É o único trabalho comercial/publicitário de Manoel de Oliveira e na minha modesta opinião ainda bem.
Antes de iniciar este post pesquisei no google algum artigo de opinião sobre o assunto, mas ao que parece, opiniões não têm havido. Somente se deu a notícia, cada um à sua maneira. Porquê? Também faltou energia?

Pois que vi os 15 minutos completos. E a conclusão é só uma. Energia e Manoel de Oliveira efetivamente nunca combinaram. A obra dele bem sei que é incontornável mas esta aposta é uma seca, e olhem que há muita água pelo meio do video. Tanta conversa da EDP à volta do video, grandes expetativas criadas e depois o nada é tudo. A ideia era boa, ligar o Manoel de Oliveira à marca era genial, mas o resultado é minúsculo.

Porque nunca o Manoel de Oliveira foi comercial. Ele era o senhor das pausas, dos longos planos, usava-os para a reflexão. Ele nunca quis contar histórias. Ele sempre quis que o espectador pensasse os seus filmes. Um filme que quer contar e mostrar um século de energia tem sempre de requerer mais energia e menos reflexão. E por isso Manoel de Oliveira não podia ter feito mais do que isto: mostrar vento, água abundante, e muito sol.

Mas a EDP podia ter feito muito mais. Ao menos que usem agora o filme para refletir sobre o que faltou. Para isso é ideal.

E o video aqui o deixo:

Em suma:

Falta emoção. Voz. Acção. Energia. Um século de energia precisa de mais movimento que não só a água, o sol e o vento. Sem desmérito ao Manuel de Oliveira, mas com pouco mérito para a EDP.

1Deixa a desejar.
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